28 de maio de 2010


O que será de nós?

Artigo sobre o estado de Portugal 

---» Na revista Visão desta semana, encontrei um artigo que considerei como o professor diria " bastante simpático" sobre a situação de Portugal. O autor deste artigo, Pedro Norton, estabeleceu uma analogia entre o que aconteceu com o Mapa Cor-de-Rosa e o que está a acontecer em Portugal.

" O Mapa Cor-de-Rosa"

Quarta-feira, 19 de Mai de 2010
A história tem irritantes manias. Uma das principais é teimar em repetir-se. O Portugal de 1890, triste, pobre, inculto, endividado e politicamente degradado, alimentava sonhos demenciais de grandeza cor-de-rosa. Sem meios militares, sem meios financeiros, sem população que sequer lhe alimentasse a quimera, sonhou juntar Angola à Contra-costa e pintar dessa cor o mapa do seu fantasioso futuro. José Sócrates, intérprete aggiornato de uma espécie de segundo rotativismo português, também sonhou um país cor-de-rosa. Sem dinheiro a que pudesse chamar seu, sem um povo a que pudesse chamar educado, sem uma justiça que o não envergonhasse, sonhou amanhãs que cantam feitos de torres eólicas, de choques tecnológicos, de TGV's e de milagrosos computadores azuis distribuídos a torto e a direito.
A deriva de 1890 acabou como se sabe. A velha Inglaterra, fidelíssima protectora do Reino, falou grosso e o Governo de José Luciano pôs o rabo, ou melhor o mapa, entre as pernas. Daí ao apodrecimento final do regime foi um tirinho. Infelizmente, foi-o, como se viu, no sentido literal do termo. A deriva cor-de-rosa de José Sócrates vai acabar mais ou menos da mesma maneira. A potência protectora é hoje outra mas voltou a falar grosso. A ordem, humilhante mas sensata, para que a piolheira se deixe governar é acatada com igual afinco. E daqui até à derrocada fatal pode ser que também não falte muito. Tanto mais que, no seu estertor final, o regime (de que o PSD sempre foi e continua a ser um importante pilar) persiste na sua suicidária caminhada. Tal como em 1890, metemos, uma vez mais, o rabo, neste caso o PEC, entre as pernas. Mas, e este é o verdadeiro drama, em 2010, fizemos questão de o fazer da pior maneira.De facto, o ultimato do século XXI cumpre-se castigando os pacóvios do costume. Em vez de aproveitar o humilhante ensejo para, culpando a odiosa Europa, tirar da gaveta as já tão estafadas (de tão prometidas) reformas estruturais e tratar de controlar a despesa pública, optou-se, mais uma vez, por adiar o problema. É bem verdade que, a muito custo, lá se cuidou (provisoriamente) do que resta das nossas finanças. Mas não é menos verdade que, assobiando para o lado, regeneradores e progressistas, perdão, PS e PSD, lá enterraram, mais ainda, o que resta da nossa economia. Que os primeiros o façam, ainda vá que não vá. O ar de fim de festa é tal que, do seu ponto de vista há, de facto, pouco a perder. Que o PSD de Passos peça desculpas em vez de impor que se trate a doença sem acudir apenas aos sintomas, pode bem ser que o poupe a estragos eleitorais imediatos. Mas não é grande augúrio para a saúde do regime.
Era Eça de Queiroz quem dizia, em Agosto de 1891, "eu creio que Portugal acabou". Não tenho queda, e muito menos arte, para tão definitivas declarações. Mas que isto se arrisca a acabar também muito mal, lá isso arrisca. Resta-nos esperar que as coincidências se fiquem por aqui e que, pelo menos, nos poupem aos tiros."


A situação real da Economia Portuguesa ( ? )

Henrique Medina Carreira é das poucas figuras que nos últimos anos tem não só denunciado o desastre em que se encontra a economia portuguesa, como as verdadeiras razões que levam a esta situação. No programa "Prós e Contras" de 26 de Maio de 2008, Medina Carreira explicou como nenhum dos últimos governos contribuiu em nada para a evolução da economia, mentindo diariamente aos portugueses; como a indústria nacional tem sido desmantelada nas últimas três décadas, comprometendo o futuro de todos nós; como os dados económicos são manipulados e apresentados de forma a dar uma imagem positiva que não é real; e como o sistema político actual vai empobrecer cada vez mais Portugal


A Integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia




Diário de Lisboa, edição de 2 de Janeiro de 1986 :


A Evolução da União Europeia (através de documentos) 



  
O longo percurso de construção da União Europeia:



O Tratado de Roma de 1957:




Os objectivos da União Europeia:    








 Afirmação da União Europeia na década de 1980:

24 de maio de 2010

O conflito Israel-Palestina



O conflito nos Balcãs

Com a morte do marechal Tito em 1980 e a desintegração da União Soviética, os conflitos da região dos Balcãs foram os mais sangrentos na Europa desde a Segunda Guerra.
Os EUA, principalmente, passaram a impulsionar referendos sobre a unidade ou não da Jugoslávia.
Esta mudança política abriu as portas para o imperialismo aprofundar os seus interesses na região, já bastante dominantes no período anterior, o que resultou no regresso de todos os conflitos étnicos e políticos que estavam, até então, adormecidos durante os 35 anos em que Tito esteve no poder. Guerras civis foram apoiadas pelos EUA e parte da Europa, sendo também a oportunidade de extirpar de uma vez por todas os muçulmanos da Europa, um resquício da ocupação turca.
Sob o pretexto de combater os guerrilheiros separatistas do ELK, a partir de 1998, tropas sérvias aumentaram sensivelmente as suas ações e dominaram a província onde viviam cerca de dois milhões de habitantes, a grande maioria de religião muçulmana. As tropas cometeram atrocidades que ficaram conhecidas como "limpeza étnica" durante o tempo em que permaneceram nesta área, incluindo estupros e assassinatos sumários.
Mais de duas mil pessoas morreram entre 1996 e 1999 e dezenas de milhares refugiaram-se na Europa durante os conflitos entre o Exército de Libertação do Kosovo (ELK) e tropas sérvias e jugoslavas.
A Guerra do Kosovo foi o culminar dos conflitos entre separatistas de origem albanesa e a República da Sérvia encabeçada, até então, por Slobodan Milosevic.
Uma tentativa de colocar um fim ao conflito entre o ELK e a Sérvia foi colocada em prática, quando representantes de ambos lados, além de líderes das principais potências mundiais (EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Rússia) se reuniram no Castelo de Rambouillet, na França para firmar um acordo de trégua. O acordo consistia na atribuição de autonomia a Kosovo, na retirada das forças sérvias da província e na presença de tropas da OTAN para garantir o combinado.
No entanto, este encontro - realizado em Fevereiro de 1999 - fracassou. Enquanto que os albaneses separatistas recusavam apenas a autonomia - reivindicavam a realização de um referendo sobre a independência de Kosovo - os sérvios repudiavam a presença da NATO e o referendo.

No dia 24 de Março de 1999, às 20h do horário local, mísseis norte-americanos Tomahawk disparados de aviões e navios atingiram alvos sérvios, iniciam uma guerra que duraria 78 dias num bombardeio criminoso da população civil de um país indefeso perante o poderio imperialista.
Os sérvios eram constantemente pressionados para aceitaram os pontos do acordo, mas ao recusarem, foram, primeiramente, alvo de ataques contra as suas instalações militares e, depois, contra toda a sua infra-estrutura (pontes, fábricas, água, emissoras de TV e rádio).
 
Apenas no dia 3 de Junho de 1999, Milosevic aceitou o acordo de retirar as suas tropas de Kosovo e aceitar a entrada da NATO. O conflito foi encerrado, oficialmente, em 10 de Junho do mesmo ano. Kosovo passou a ser presidido por um governo provisório administrado pela ONU.
Além da participação do genocida sérvio Vojislav Seselj, acusado de ser um dos principais responsáveis pela limpeza étnica promovida durante as guerras da Croácia (1992-1995) e da Bósnia (1992-1995) e do ex-presidente Slobodan Milosevic.

21 de maio de 2010

A questão de Israel e Palestina

Encontrei esta apresentação que me pareceu abordar de forma imparcial a situação que se vive entre a Palestina e Israel : explica os interesses e causas de cada uma das regiões, e apresenta, ainda, possíveis soluções para este intricado problema.  


---» Relativamente à integração de Macau enquanto colónia chinesa no ano de 1999, deixando de ser portuguesa, aqui fica um artigo publicado no Jornal de Notícias que fala sobre os problemas entre os Presidentes da República portuguesa e dos das colónias.

" Macau foi imbróglio que deixou sequelas

2009-12-20
JOÃO PAULO MENESES

Território asiático esteve no epicentro de algumas das maiores crises institucionais com que os presidentes da República se confrontaram. Volvidos 10 anos da separação, Macau está demasiado esquecido.
Logo após a Revolução de 1974, foi preciso encontrar uma fórmula constitucional que garantisse estabilidade aos interesses locais. Macau tinha deixado de ser colónia e passou a ser, juridicamente, um território chinês sob administração portuguesa, em estreita relação e, sobretudo, dependência diária da China. Devido à instabilidade política que se vivia então em Portugal, entendeu-se que Macau deveria ficar sob supervisão institucional do presidente da República, e não do Governo, porque a solução daria mais garantias de estabilidade.
Nos primeiros anos pós-Revolução este cenário, ainda que potencialmente confuso, faria algum sentido - pelo menos, teria mais vantagens do que desvantagens. Mas rapidamente passou a ser um anacronismo. Nunca corrigido.
O que sucedeu a partir daí não foi surpresa: os sucessivos governadores de Macau eram nomeados pelo presidente, mas depois tinham de se articular - em termos legislativos e mesmo operacionais - com os governos. Só que, de Ramalho Eanes a Mário Soares, Presidência e Governo dificilmente se entenderam. Mesmo com Sampaio, houve divergências: Rocha Vieira, que Sampaio não quereria ter reconduzido como governador, tinha diversos apoios, não apenas no PSD, mas também no PS.
A convivência entre Belém e São Bento, com Macau no meio, nunca foi boa, mas esse acabou por não ser o principal problema. Problema, isso sim, para os diversos presidentes, que tinham de "governar" Macau a 10 mil quilómetros de distância. Verdade seja dita: nestes anos nunca se pôs a hipótese de retirar à Presidência da República a tutela de Macau. Mas, provavelmente, todos os eleitos teriam agradecido.
Os problemas que sucessivamente foram acontecendo a partir do início da década de 80 do século passado resultaram, sobretudo, da dificuldade (da impossibilidade?) de gerir, à distância, as especificidades locais. E de azar. Muito azar - provavelmente os leitores acharão esta explicação pouco aceitável, mas, a menos que o clima local afecte as mentes e haja uma espécie de esquizofrenia mais ou menos generalizada, não estou a ver outra.
Para não recuar muito mais, veja-se a polémica entre Jorge Sampaio e Rocha Vieira, os dois últimos protagonistas que governaram Macau - polémica bem acesa pelas últimas e recentes declarações do general, visando directamente o então presidente. Quando foi reeleito, Jorge Sampaio não queria reconduzir o general que estava em Macau desde 1991 (e que salvou Mário Soares, após dois fracassos).
Sampaio até já tinha o nome do seu substituto escolhido: o seu assessor e amigo, antigo governante em Macau, Manuel Magalhães e Silva - sócio no escritório de advogados que foi de Sampaio, candidato derrotado às últimas eleições para bastonário da Ordem dos Advogados. Em Belém, muitos dos colaboradores de Sampaio acreditavam que ele seria o novo e último governador, mas, à última da hora, o presidente recuou e reconduziu o general (Sampaio temeu as reacções que se iriam gerar, sobretudo receou a acusação de que estava a escolher um dos seus melhores amigos).
Quando, em meados de 1999, Rocha Vieira transmitiu a Jorge Sampaio que estava a planear promover uma nova fundação para perpetuar a ligação a Macau, pós-transição - e que seria a Fundação Jorge Álvares, criada a 14 de Dezembro de 1999, com um financiamento em parte assegurado por uma dotação de uma instituição pública de Macau, que o governador tutelava e cuja transferência ordenou -, Sampaio não quis acreditar e terá tentado que Rocha Vieira desistisse.
Um dos dossiers mais difíceis da negociação com a China esteve relacionado, aliás, com uma outra fundação, a do Oriente, criada também com verbas de Macau, resultantes da concessão dos casinos. Só que o governador não se deixou dissuadir e, mesmo isolado, avançou com as consequências que se conhecem - em 10 anos, a Fundação não conseguiu entrar em Macau, onde ainda é mal vista, e Rocha Vieira só este ano recebeu um convite para regressar ao território que administrou por quase uma década, com mais elogios do que críticas.
O presidente entrou em ruptura total com o seu governador e só não o demitiu porque faltavam poucos dias. Arrependeu-se de o ter reconduzido, mas era tarde. Quando se encontraram em Macau para as cerimónias de transição, já estavam definitivamente incompatibilizados, ainda que sem que a opinião pública disso se apercebesse. De resto, Rocha Vieira não foi condecorado no dia 19 de Dezembro, mas receberia posteriormente o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique, numa cerimónia triste e envergonhada. Passada a festa, percebeu-se que a 'paz podre' iria durar poucos dias. Logo em meados de Janeiro, é divulgada pulicamente a criação da Fundação e sucedem-se diversas acusações entre o ainda presidente e o ex-governador, naquele que terá sido o momento mais turbulento dos 10 anos de Sampaio em Belém.
Deste caso ficaram sequelas: umas pessoais - a imagem de Rocha Vieira saiu abalada -, outras institucionais - a Fundação Jorge Álvares passou os primeiros anos na 'clandestinidade - e outras (as principais) políticas: Sampaio, zangado com Rocha Vieira, desinteressou-se de Macau e não houve o necessário - pelo menos nos primeiros anos - acompanhamento. Embora seja justo dizer que, concluída a transferência, a competência talvez já não fosse - apenas - de Belém.
De que é que Rocha Vieira se queixa: que não apresentou um relatório da governação porque ninguém [só podia ser Sampaio] lho pediu; que a bandeira, arreada e colocada ao peito no dia 19 de Dezembro de 1999, está em casa do antigo ajudante-de-campo, porque ninguém se interessou em Belém por recebê-la. Visto de outro prisma, Rocha Vieira também pode ser acusado de não ter feito o relatório, como seria a sua obrigação, ou de não ter entregue ao Estado a bandeira, mas, neste capítulo, a primeira linha de acusações pode ser dirigida a Jorge Sampaio - porque não o fez?"

10 de maio de 2010

Gato Fedorento :" GNR Timor "

China : Economia de Mercado

A China após décadas em estado de “Sono Profundo”, resolveu acordar. Sob o comando de Deng Xiaoping, iniciou-se, a partir de 1978, uma reforma na economia, paralelamente a uma abertura da economia chinesa ao exterior.
Os chineses no poder pretendiam a execução de reformas económicas para o regime, e também justificar ideologicamente a simbiose da "economia de mercado" com a "economia de Planificação sob o controlo do Estado". Era uma tentativa de perpetuar a hegemonia do PCC. Num país em que 70% da população era camponesa, as reformas começaram, é claro, na agricultura. Cada família poderia cultivar o que desejasse, embora as terras continuassem a pertencer ao Estado. Depois de entregar uma parte que produzisse ao Estado, poderia vender no mercado o restante. As restrições impostas impediram relações capitalistas de produção, e os preços pagos aos agricultores foram elevados, incentivando-os. Ao mesmo tempo os consumidores passaram a receber subsídios para adquirir produtos agrícolas. E o resultado foi um notável crescimento na produção agrícola chinesa.
Com a reforma na agricultura, disseminou-se a iniciativa privada e o trabalho assalariado no campo, aumentando a renda dos agricultores. Houve também uma expansão do mercado interno. A partir de 1982, após o XII Congresso Nacional do PCC, iniciou-se a abertura no sector industrial. As indútrias do Estado tiveram que se enquadrar à realidade e foram incentivadas a adequar-se aos novos tempos, melhorando a qualidade dos seus produtos e diminuindo os seus preços. O governo também permitiu o surgimento de pequenas empresas e autorizou a constituição de empresas, atraindo o capital estrangeiro. A grande revolução, porém, veio com a criação de zonas especiais em várias províncias litorais. As primeiras foram implantadas em Shezen, Zhuhai, Xiamen. Essas zonas económicas tinham como objectivo atrair investimentos de empresas estrangeiras, que trariam capital, tecnologia e experiência de gestão empresarial. Numa tentativa de ampliar as suas exportações, a China concedeu quase total liberdade ao capital estrangeiro nessas zonas económicas.
Como  resultado de todas estas medidas, a economia da China cresceu com uma taxa média de 9% ao ano, nas décadas de 80 e 90.
Além da libertação económica, um factor fundamental que está a atrair capitais para a China, é o baixo custo de mão-de-obra muito disciplinada e trabalhadora.
Uma outra face desse “milagre” é o agravamento das desigualdades sociais e regionais, que tem provocado as migrações internas.
Assim, com base numa abertura económica e baixos salários, o Mundo foi invadido por produtos chineses.
A ocupação de Timor-Leste pela Indonésia

A Invasão:
No dia 7 de Dezembro de 1975, às 2h da madrugada, a Indonésia invade o Timor-Leste, uma ex-colónia portuguesa recém-independente, localizada numa ilha no sudeste do Pacífico. Barcos da marinha indonésia bombardeiam a capital, Díli, e aviões lançam paraquedistas. Os soldados indonésios tomam conta da capital e começam a matar em massa os habitantes, além de cometerem estupros e pilhagens. Estima-se que mais de 200 mil timorenses foram mortos na invasão.

A acção dos portugueses:
Portugal colonizara Timor-Leste desde 1520 e vinha mantendo a sua presença no território, sem nunca ter a intenção de resistir a uma possível invasão pela Indonésia, que cercava a colónia e governava a metade oriental da ilha.
Segundo Washington, Portugal teria ignorado a análise militar norte-americana, que concluiu ser possível "encurralar" os indonésios em Díli com o "mínimo de preparativos (...) sem gastar muito sangue nem munições".
Em Março de 1975, um memorando "ultra-secreto" endereçado ao então conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Henry Kissinger, dava conta dos receios da Indonésia sobre "uma retirada apressada dos portugueses", o que poderia deixar Timor-Leste "sujeito aos instintos esquerdistas de alguns líderes (...) influenciados por Pequim". O documento alertava ainda para o facto de o presidente Suharto ter dado ordens para que a "incorporação" do Timor-Leste fosse realizada até Agosto de 1975, "pela força se necessário". O governo português informou à Casa Branca que não iria resistir ao "uso da força por parte da Indonésia", sem adiantar pormenores.

O primeiro-ministro de Portugal, Vasco Gonçalves, no poder devido à Revolução dos Cravos em Abril de 1974, comentou que o país " estava a sair de uma ditadura e era também vítima dos acontecimentos, tal como Timor-Leste, e que tudo devia ser feito para facilitar a integração com a Indonésia, garantindo-se a independência”.

O genocídio:
O genocídio indonésio no Timor-Leste deixa o país em grave penúria e milhares de timorenses morrem de fome e doenças. Além disso, a invasão da Indonésia não recebe a mínima atenção global. Só nos anos 1990, os abusos aos direitos humanos por parte da Indonésia passam a ter atenção dos países estrangeiros. Em 1996, dois activistas timorenses, o bispo Carlos Filipe Ximenes Belo e José Ramos Horta, recebem o Prémio Nobel da Paz pelos esforços de conquistar a liberdade sem utilizar meios violentos.

O Referendo:
Em 1998, Suharto anuncia a realização de um referendo sobre a independência do Timor-Leste. Entre o anúncio e a realização, paramilitares indonésios e a guerrilha timorense enfrentam-se. As forças indonésias impõem uma matança selvagem contra o povo timorense. Em 1999, a maioria da população do Timor-Leste vota pela independência. O Timor-Leste torna-se um país à meia-noite do dia 19 de Maio de 2002. Uma pressão internacional determina a presença dos “capacetes azuis” da ONU no país, garantindo o cessar-fogo e a subsequente paz no território.

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