Os chineses no poder pretendiam a execução de reformas económicas para o regime, e também justificar ideologicamente a simbiose da "economia de mercado" com a "economia de Planificação sob o controlo do Estado". Era uma tentativa de perpetuar a hegemonia do PCC. Num país em que 70% da população era camponesa, as reformas começaram, é claro, na agricultura. Cada família poderia cultivar o que desejasse, embora as terras continuassem a pertencer ao Estado. Depois de entregar uma parte que produzisse ao Estado, poderia vender no mercado o restante. As restrições impostas impediram relações capitalistas de produção, e os preços pagos aos agricultores foram elevados, incentivando-os. Ao mesmo tempo os consumidores passaram a receber subsídios para adquirir produtos agrícolas. E o resultado foi um notável crescimento na produção agrícola chinesa.
Com a reforma na agricultura, disseminou-se a iniciativa privada e o trabalho assalariado no campo, aumentando a renda dos agricultores. Houve também uma expansão do mercado interno. A partir de 1982, após o XII Congresso Nacional do PCC, iniciou-se a abertura no sector industrial. As indútrias do Estado tiveram que se enquadrar à realidade e foram incentivadas a adequar-se aos novos tempos, melhorando a qualidade dos seus produtos e diminuindo os seus preços. O governo também permitiu o surgimento de pequenas empresas e autorizou a constituição de empresas, atraindo o capital estrangeiro. A grande revolução, porém, veio com a criação de zonas especiais em várias províncias litorais. As primeiras foram implantadas em Shezen, Zhuhai, Xiamen. Essas zonas económicas tinham como objectivo atrair investimentos de empresas estrangeiras, que trariam capital, tecnologia e experiência de gestão empresarial. Numa tentativa de ampliar as suas exportações, a China concedeu quase total liberdade ao capital estrangeiro nessas zonas económicas.
Como resultado de todas estas medidas, a economia da China cresceu com uma taxa média de 9% ao ano, nas décadas de 80 e 90.
Além da libertação económica, um factor fundamental que está a atrair capitais para a China, é o baixo custo de mão-de-obra muito disciplinada e trabalhadora.
Uma outra face desse “milagre” é o agravamento das desigualdades sociais e regionais, que tem provocado as migrações internas.
Uma outra face desse “milagre” é o agravamento das desigualdades sociais e regionais, que tem provocado as migrações internas.
Assim, com base numa abertura económica e baixos salários, o Mundo foi invadido por produtos chineses.
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