17 de abril de 2010

A Primavera Marcelista


Para substituir o Dr. Oliveira Salazar, o Presidente da República escolheu o Professor Doutor Marcello Caetano. Era Professor de Direito, reitor da Universidade de Lisboa, considerado um democrata e um homem de inteligência e honestidade invulgares.
Imediatamente acaba com a polícia política, a PIDE. Mais tarde substituída pela DGS, para defesa do Estado.
Abre-se a esperança para a oposição. Agora, com Marcello Caetano, liberal, avesso a violências e pacificador, que abria a porta e os braços aos exilados, tudo parecia ir correr bem.

A " Primavera Marcelista ", como ficaram conhecidos os primeiros anos do Professor Marcello Caetano, saldou-se pelo progresso, uma melhoria social com a atribuição de pensões aos trabalhadores rurais e às profissões mais modestas.
Os planos quinquenais de fomento continuaram. O desenvolvimento do país era uma realidade. Mas havia necessidade de uma abertura política que permitisse a formação de partidos políticos.
Em 15 de Maio de 1972, o jornal de "Economia e Finanças" advoga a não entrada na CEE, em virtude de, ao fazê-lo, sermos obrigados a abandonar o Ultramar. A 12 de Outubro é morto pela DGS o estudante José António Ribeiro dos Santos. A 30 de Dezembro, um grupo de católicos ocupa a Capela do Rato e aprova uma moção contra a guerra colonial. A DGS invade o templo; muitos são presos e o padre Alberto Neto, responsável pela capela, é exonerado das suas funções.

O período de graça esfuma-se.
Marcello pede a exoneração do cargo ao Presidente da República, este não aceita.

A 13 de Julho de 1973, Marcelo Caetano autoriza os oficiais milicianos a passar aos quadros permanentes. Os oficiais de carreira não gostam do Decreto. Deste descontentamento, motivado pela progressão nas carreiras e seus respectivos vencimentos, irá nascer o 25 de Abril.
A 23 de Fevereiro de 1974, o general Spinola publica o livro "Portugal e o Futuro" onde advoga a adesão à CEE, o fim da guerra do Ultramar e a constituição de uma federação de Estados.
Os militares sentem-se apoiados.
A 16 de Março de 1974 dá-se um levantamento militar que partiu das Caldas da Rainha, mas que abortou.
A 17 de Abril, o ministro do Ultramar, Dr. Rebelo de Sousa, faz sair uma portaria que tornava extensiva a Lei Nº 5/73 (reforma do sistema educativo) às províncias de além-mar.

A 25 de Abril de 1974, o Regimento de Santarém, comandado por Salgueiro Maia, avança sobre Lisboa, Marcelo Caetano é informado sobre o que está a acontecer, não tem coragem de o impedir. Spínola pede-lhe que siga para a Madeira com o Presidente Américo Tomás.

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